sábado, 27 de fevereiro de 2010

CARÁTER É QUESTÃO DE DECISÃO. TER OU NÃO?

Hamlet, príncipe da Dinamarca, principal personagem de um texto escrito por William Shakespeare que viveu na Inglaterra entre 26 de Abril de 1564 23 de Abril de 1616, deixou sua marca numa das mais famosas frases da literatura mundial: “Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja, ou insurgir-nos contra um mar de provações e em luta pôr-lhes fim?”.

Acredito que naquela ocasião Shakespeare, em sua crítica escrita de forma teatral, sentiu-se na obrigação de levar ao público uma reflexão sobre a eterna dúvida da existência humana. Que hoje se traduz na angustiante decisão de escolher entre o certo e o errado, diante da incessante busca por soluções de problemas contundentes, fossem de ordem pessoal, profissional ou financeira. Se entre os anos 1564 e 1616 essa questão era patente aos modestos olhos de Willian Shakespeare, imagine você como o veria hoje se vivo estivesse.

No Brasil, assim como em todo o mundo, não importa o lugar que se esteja, as escolhas feitas no passado definiram que tipo de sociedade se tem hoje. Numa reflexão bem simples pode-se afirmar que, da mesma forma que foi no passado, as escolhas que fizer no presente definirão que tipo de pessoa você será no futuro. Disso não se pode fugir. Afinal é uma regra universal.

Em linhas gerais, no mundo todo, as pessoas vivem o dia a dia sem pensar muito no amanhã. Querem resolver seus problemas sem se importar com o revés da vida futura. Isso ocorre porque de modo geral a vida prática as leva a pensar nas soluções do momento, sem refletir sobre os danosos e efeitos futuros, para si e para os outros que virão.

É impressionante como o pensamento prático tem levado muitas pessoas a esse comportamento, por tantos séculos, cheias de práticas nada ortodoxas em suas decisões. Se poucos são os que, durante todos esses anos, refletiram sobre ter ou não caráter, ser ou não honesto, falar ou não a verdade, fato é que ao tratarem decisões de forma tão irresponsável, se esqueceram de outra regra universal, a da colheita. Tudo o que for plantado no presente será o que se irá colher no futuro.

A questão é tão séria que, há pouco tempo, uma pessoa muito próxima a mim me surpreendeu com uma daquelas propostas bastante sombrias. Quis me sugerir montar um negócio de forma bastante escusa, com vista ao enriquecimento rápido, representando um produto que eu não acredito. Mas que as circunstâncias de momento propiciariam sua colocação no mercado através da ilusão do consumidor final. Ri, foi só o que fiz. Minha expressão foi tão clara que se traduziu no suficiente para ser criticado por minha atitude ética e verdadeira. Disse-me a dito-cujo: Você é muito certinho - agindo dessa forma você não irá enriquecer nunca.

Só para lembrar, de forma simples, e quem me conhece há anos e conviveu de perto com todas as fases por que passei, pode afirmar que é real, enriquecer tem a ver com dar a sociedade o que lhe é importante e necessário, para que ela acredite em você e lhe retorne o benefício como troca, em forma de dinheiro. Por outro lado, a continuidade desse processo de permuta só sobrevive com a verdade empreendida por você, com a sua credibilidade no mercado consumidor. Enquanto que, a descontinuidade do processo de retorno social, em forma de dinheiro, terá a ver com a mentira que tentar fazer o consumidor embarcar, e que será descoberta com o passar do tempo.

Verdade é que nunca há um jeitinho para burlar as regras universais, como a maioria pode vir a pensar. Elas sempre virão à tona e você acabará por pagar caro para reparar o dano causado. Mesmo que você queira ser o suficientemente metido a esperto, para deixar essa conta para os seus sucessores, como muitos fizeram no passado e alguns ainda fazem no presente.

Hoje, num mundo globalizado, as soluções podem lhe parecer impossíveis, mas se empreender boas ações, refletidas e programadas da forma correta, o lucro e os dividendos baterão a sua porta em algum momento de sua existência. A história está aí para nos mostrar essa verdade em seus registros. O que hoje lhe parece fácil se constituirá em complicações futuras. O que lhe parece improvável poderá se transformar em grande fortuna se empreender de forma correta e perseverante.

Fato é que, mesmo que lhe pareça improvável, a verdade, assim como a bolha de ar na água, sempre virá à tora. Suas escolhas de hoje repercutirão nos resultados de amanhã. Escolha ser ou não ser e veja o resultado que obterá amanhã. Mesmo os que cometeram erros no início de seus empreendimentos tiveram que corrigir suas ações durante o curso de suas carreiras empreendedoras, para não perder o que haviam construído ao longo de sua vida. E os que não corrigiram seus erros, que continuaram errando desde o início de seus empreendimentos, deixaram a conta de débitos para seus sucessores.

Pense e enriqueça, deixando bem a sua prole, a sociedade onde você vive e o mundo a sua volta. Pense grande, aja com responsabilidade.

Mantenha sempre vivo o respeito ao próximo, e tudo de bom virá a você e aos seus sucessores. Plante com zelo, escolhendo a qualidade do solo e das sementes, e, certamente, você colherá resultados ainda maiores do que os que você possa imaginar no presente.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A DÍVIDA BRASILEIRA...

Imaginar que o Ministério da Fazenda tem feito grandes avanços no pagamento da dívida pública é pura ficção. A dívida pública não diminuiu, ela só mudou de rumo.

Segundo dados fornecidos pela Fundação Getúlio Vargas, disponibilizados pelo departamento de dados através do site fgvdados.fgv.br/dsp_gratuitas.asp, sobre a dívida pública e variação do dólar, quando analisados com a transparência necessária, percebe-se que o que houve foi um acentuado crescimento da dívida brasileira. Chega ser alarmante!

A exemplo do crescimento da dúvida pública, em 2003 quando Lula assumiu o poder, o dólar estava cotado à cerca de Rs$ 3,43, o que significa dizer que o país devia internamente o equivalente à Us$ 185,2 bilhões. Em 07/07/2006, com o dólar a R$ 2,14 o país passou a dever internamente cerca Us$ 487,5 bilhões.

Quanto à dívida externa, a verdade é que se ela tivesse sido paga integralmente, valeria dizer que o governo realizara um grande feito. Entretanto, ao contrário do que o Ministério da Fazenda alegou sobre o pagamento da dívida externa brasileira, reduziram-na de Us$ 214,9 bilhões para Us$ 169 bilhões, ou seja, foram pagos apenas Us$ 45 bilhões, até janeiro de 2006. Enquanto isso a dívida interna cresceu em aproximadamente Us$ 302,5 bilhões, durante aquele período do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Isso se deu porque o endividamento interno não passa pelo controle do Congresso. Apenas a emissão de títulos no exterior necessita da aprovação dos Congressistas. Os títulos da dívida pública, emitidos internamente no país são de exclusivo controle do Executivo federal. A legislação pertinente só proibiu aos estados e municípios a emissão de títulos públicos, deixando de fora a União.

A situação é tão grave que o tesouro nacional passou um longo período só disponibilizando dados de 2004 e 2005. Por sorte, a sociedade brasileira ainda pode contar com organismos como o departamento de Dados da FGV, para monitorar as informações da dívida pública de forma transparente. Infelizmente, nem todo brasileiro tem conhecimento de como obter acesso às fontes de dados, razão pela qual o governo brasileiro consegue manipular suas informações.

Não há milagre econômico. Não há política cambial e nem projeto econômico para o país que possibilite uma redução efetiva da dívida pública. O que acontece, na verdade, é que fatores internacionais propiciam a acentuada queda do dólar no mundo, uma intensa expansão da despesa pública e a estagnação da economia por conta do abuso na política de juros. Esse conjunto de fatores têm gerado o crescimento do endividamento público.

Pelo que se vê em noticiários publicados em conceituados jornais brasileiros são: as contraditórias versões do Ministério da Fazenda, e quebra ilegal de sigilo bancário e fiscalização em negócios de opositores.

OS ENGANOS NA CONQUISTA DO VOTO

Quem acompanha o noticiário e não analisa os acontecimentos, corre o risco de estar sendo manipulado pelos interesses da mídia. A razão é simples. Os jornais, as revistas, as emissoras de rádio e televisão dependem de anúncios para manter seu faturamento. Os governos anunciam e pagam matérias que estimulem o povo a acreditar nas suas ações. Assim, mesmo que um governo esteja tomando decisões que prejudiquem o povo, ele pode manipular a imprensa para publicar apenas o que lhe interessa.

Outro aspecto que pode iludir a opinião pública, é a informação dúbia. Um exemplo é a notícia de que o governo superou, cumprindo em nove meses, a meta fiscal do ano de 2005. Ora, alcançou a meta fiscal mas não cumpriu a dotação orçamentária! Afinal, para efeito do aumento da qualidade de vida da população, de que adiantou cumprir a meta fiscal em nove meses, se deixou de fazer os investimentos em saúde, educação, segurança pública e habitação? Daqui para o final do ano não há tempo hábil para fazer os investimentos que o país tanto necessita nessas áreas.

Há meses atrás se leu nos jornais do país que o Brasil reduziu a dívida externa. Entretanto, o que não se publicou com a mesma ênfase, é o fato de que o Brasil emitiu títulos da dívida pública, aumentando ainda mais, a dívida interna, bem mais alta que a dívida externa.

O Brasil é um dos poucos países do mundo em que o aumento da arrecadação fiscal é comemorado, mesmo quando isso representa redução da qualidade de vida do contribuinte. O pior é que esse fato, geralmente, toma vulto na mídia como grande feito para o país.

A verdade é que o eleitor necessita ter consciência de que as coisas não vão bem, e que como contribuinte deve acompanhar as contas públicas. Já se foi o tempo em que era difícil o acesso do povo à contabilidade pública, o que já não é fato, pois, os Tribunais de Contas disponibilizam as contas. Seu lançamento é trimestral nos sites, pela Internet.

Se você quiser visitar, por exemplo, as contas orçamentárias do governo federal é simples, basta visitar os sites:

www.tcu.gov.br
www.planejamento.gov.br 
www.stn.fazenda.gov.br/contabilidade_governamental/download/Eventos.pdf

As contas orçamentárias estaduais podem ser verificadas através de links dos Tribunais de Contas de cada uma das unidades federativas (AC, AM, CE, DF, PA, PE, RJ, SP, etc...). Assim, também, as contas municipais, através do Tribunal de Contas dos municípios (mesmo não existindo Tribunais em todos os 5.562 municípios do país, todos têm suas contas e podem ser acompanhadas pela Internet).

Você é, além de eleitor, um contribuinte que paga muito caro, em média 44% de sua receita, em impostos diretos e indiretos. Portanto, fique de olho aberto, acompanhe e analise os acontecimentos de forma madura. Para não dar seu voto para qualquer um.

ESTRATÉGIA DE DEFESA

Defesa Nacional é uma questão estratégica de alta relevância. No Brasil dos últimos vinte e cinco anos, pouco se investiu em estrutura estratégica de defesa, que em sua conceituação básica engloba as Forças Armadas, a Educação Pública, a Saúde Pública, e Segurança Pública. Esses setores são fundamentais para a manutenção estrutural e estratégica de um país, principalmente por causa da relação de extensão territorial / riquezas naturais e minerais, como a existente no Brasil.

Um fator que muito contribuiu para que o país negligenciasse a Defesa Nacional foi à ausência de uma política estratégica bem definida, em virtude do receio da possibilidade de um retrocesso político em detrimento a democracia no Brasil. Afinal, foram vinte e quatro anos, período de 1964 a 1988 marcado por uma longa administração militar sem que o brasileiro tivesse direito ao voto majoritário presidencial, o que impediu esse povo de exercer o poder que tem sobre o rumo do país, por causa da ausência de democracia naquela ocasião.

Essa ausência de experiência decisória, somado à desinformação política do povo, produziu uma sociedade despreparada para analisar o caráter e o comportamento público dos políticos e dos homens públicos. Com isso, o Brasil demorou muito tempo a despertar para a questão da defesa nacional e hoje desponta como um dos países da América do Sul mais indefesos tanto no que se refere à área interna como ao fator externo.

No que se refere à segurança interna, o país se tornou inseguro por conta da falta de estrutura na segurança pública, saúde e educação, o que produziu um extremo despreparo para enfrentar diversas situações. Quanto à questão da insegurança externa, diante do receio desenfreado que dominou o pensamento político nos últimos vinte anos, período de 1989 a 2009, o país deixou de investir na defesa externa, o que gerou a atual vulnerabilidade.

E por falar em vulnerabilidade, o Brasil se tornou vulnerável em virtude de hoje ter uma extensa área territorial de 8.514.876,599 km² e dispor de um poderio bélico bem inferior ao da Venezuela com área territorial 916.445 km², que não é o país que dispõe de maior poderio bélico na região.

Hoje, hipoteticamente, se um país como a Venezuela resolvesse invadir a Amazônia, por exemplo, estaria capacitado a vencer a guerra por conta do material bélico que dispõe. Sabendo-se que o Brasil está próximo a ingressar na classe dos países de primeiro mundo, não seria o momento de investir em defesa nacional e infra-estrutura?