terça-feira, 28 de setembro de 2010

QUE PODER VOCÊ QUER CONSTITUIR?

Nunca na história desse país se viu tantos escandalos sem apuração, tantas crises abafadas por recursos extraordinários da manipulação informativa, tantos desvios sem explicações e tanto óleo de peroba lustrando com um brilho incomparável a classe política.

Por um lado, um povo retratando algumas poucas melhoras na circulação da moeda por seu bolso. Por outro lado, um grupo político enriquecendo do nada e sem sequer explicar qualquer coisa que seja, por conta da argumentação de que todos os escandalos são questões eleitoreiras.

Mas o que fazer diante de tudo isso? Em quem acreditar? Pergunta o povo mais simples dessa nação, onde o caos da saúde, o engodo na educação e o corporativismo no poder público chegaram aos limites da loucura.

Os desmandos são tantos que hoje quem deveria servir, por ser originalmente o executor do serviço ao público, se investe de um artigo do código penal que inverte a postura da ordem pública tornando-o vítima da agressão do povo que custeia seus confortáveis salários e aposentadorias, sem esquecer das garantias promovidas pela estabilidade estatutária, muito distantes dos direitos de qualquer cidadão comum que contribui para a manutenção dessa estrutura através de impostos e taxas, ao invés de bem servir ao usuário que lhe garante o sustento.

O que fazer diante dessa problemática é difícil responder. Entretanto, cabe ao menos o direito e o dever de propor a esse mesmo povo que custeia tamanha asneira, que analise bem a quem depositará seu voto diante das urnas à cada eleição. E a proposta não é dirigida unicamente aos patrões de toda essa torpe loucura, mas também aos que dela se beneficiam. Afinal, também são contribuintes e haverá um momento em que os mesmos que hoje tomam para si os benefícios do poder irão pagar, duramente, para os novos, que os substituirão, quando seu tempo passar e a sua força se diluir na aposentadoria compulsória, quando sua segurança já não lhe for mais fornecida pelo governo.

Aos que acreditam serem seres eternos em seus postos de poder, cabe lembrar que queiram ou não ficarão velhos e sem força. Alguns desses dependerão de todos a sua volta, terão então, um precioso tempo para despertar a consciência por não serem mais capazes de realizar absolutamente nada. Afinal, o poder é algo transitório e de curta duração nessa vida.

Bom seria que a escola à todos educasse, desde criança, no conhecimento de suas responsabilidades cívicas, ensinando código de conduta, direitos e responsabilidades sociais e familiares. Se assim fosse, de certo que evitariam muitos problemas sociais e estruturais no Brasil e o povo teria uma qualidade de vida muito superior sob todos os aspectos. Entretanto, isso só será possível quando o povo que contribui para toda essa desordem, votar consciente de que assinou um cheque em branco à quem se investirá do poder, para se valer desse mesmo poder à ele atribuido, a fim de tratar de seus próprios interesses ao invés de produzir benefícios à quem contribui para a manutenção do país, que são os contribuintes que pagam os impostos e as taxas em tudo que fazem ou compram.

Quem se lembra do poder que tiveram os grandes nomes do passado? Em sua maioria conquistado pela força ou através de articulações políticas, enquanto outros poucos por herança genética ou política. Entretanto, por maior que tenha sido o poder exercido por eles, o que podem esses ex-poderosos fazer nos dias de hoje, se estão mortos e sepultados?

O que se pode lembrar dos feitos desses homens são os estragos deixados, os exageiros cometidos, ou as benfeitorias realizadas por eles. As marcas gravadas na história deixaram registros de catastrofes e destruição, mas poucos foram os grandes homens que concluíram boas realizações que construíram benefícios para a humanidade.

Marcar o nome na história do mundo trazendo-lhe bons resultados não é para qualquer homem. Poucos foram os que conseguiram produzir boas realizações nesse curto período transitório em que estiveram no poder. Os verdadeiros resultados aparecem com o tempo, a história não oculta ou mascara por muito tempo os bons e os maus feitos. Principalmente hoje, por se tratar de um mundo onde a informação vem em tempo real a cada segundo, mesmo quando eles se imbuem do poder de manipular dados e informações. E é por essa razão que você precisa estar atento em todos os momentos da vida antes de decidir o poder que irá constituir.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O BRASIL PRECISA DE SAÚDE, SUA DECISÃO PODE MUDAR.

Revendo a análise orçamentária brasileira dos últimos 25 anos é possível verificar que os técnicos do Tribunal de Contas da União sempre alertam sobre a falta de investimentos em infraestrutura na área de saúde, entretanto, poucos são os estudos desenvolvidos pelas classes política e empresarial nesse segmento. Há anos que se ouve falar sobre investimentos na saúde, construções de hospitais, aumentos salariais para profissionais da saúde. Entretanto, poucos dos enúmeros estudos sobre reestruturação do sistema único de saúde.

Quem entra em um hospital ou em uma clínica pública, ou mesmo no sistema privado de saúde, seja em regime de emergência ou ambulatorial, conhece bem o triste drama da realidade que vivem os médicos e profissionais que ainda conseguem manter o senso de responsabilidade com a saúde, pelo Brasil a fora. Pode também presenciar à aflição dos usuários. Nenhum hospital está preparado para proporcionar um serviço de saúde de qualidade, a não ser que seja de um equipamento hospitalar direcionado a uma classe de altíssimo padrão social.

Os órgãos oficiais de saúde, as agências reguladoras, os ministros, os secretários de Estado e os secretários municipais de saúde, são os primeiros a se eximir das responsabilidades impostas pela constituição brasileira. Os presidentes, os governadores e os prefeitos sempre arranjam saídas políticas para a questão culpando os seus antecessores. Os gestores da saúde sempre criam maquiagens e lançam campanhas publicitárias promocionais que apresentam seus poucos feitos como se houvessem salvado todo um sistema caótico do caos. Como se houvessem produzido a solução da lavoura para toda a população. Campanhas que só ajudam a escoar ainda mais os recursos públicos que deveriam ser direcionados a modernização e estruturação do sistema de saúde.

Em épocas de eleição tudo parece estar bem para quem está na situação, enquanto seus opositores tentam expor aos eleitores a realidade do que ocorre em todo o país, como que numa tentativa desesperada de conscientizar a população de que as políticas públicas estão longe de toda aquela falácia apresentada por seus gestores.

O Brasil conseguiu um grande avanço quando criou a lei de responsabilidade fiscal, mas esse processo ainda precisa evoluir para a criação de uma lei que responsabilize criminalmente a má gestão pública.

Nos órgãos públicos seus gestores fazem questão de estampar por todos os lados o artigo 337 do código penal, na intenção de reprimir quaisquer reclamações dos usuários, quando na verdade deveriam estampar o código dos direitos dos usuários, que aliás, são seus verdadeiros patrões.

Isso ocorre no Brasil porque há uma desastrosa inversão de valores nas regras legislativas. E é por essa razão que nesse momento eleitoral o eleitor deve ter coerência e responsabilidade para analisar melhor suas decisões e escolhas na hora de sua entrada na sessão eleitoral. Pense, analise e vote conciente de que não poderá alterar ou melhorar nada através de falácias ou belas campanhas publicitárias. É preciso olhar para a realidade e para isso visite hospitais, verifique o atendimento público nos setores de saúde, segurança, educação, transporte e na justiça, nos âmbitos federal e estadual, antes de decidir para quem de fato você quer dar o seu voto. Esqueça as aparências e veja o que de fato acontece por trás dos bastidores e depois vá as urnas e surpreenda os falacianos.

domingo, 12 de setembro de 2010

É PRECISO ATENÇÃO NAS URNAS

As brigas políticas em tempos eleitorais são sempre as corriqueiras de todos os tempos, em todos os países do mundo. Ao final das eleições tudo não passa de mera discussão e falácia política.

Todo partido político e todo método de conquista eleitoral em busca de votos é baseado em planejamento tático para derrotar o opositor a qualquer preço, não importando o custo político, com a única intenção de manutenção do poder.

É tudo exatamente como denunciou Nicolau Maquiavel, famoso historiador italiano nascido em Florença, em 3 de maio de 1469 e falecido em Florença, 21 de junho de 1527. Foi reconhecido como fundador do pensamento e da ciência política moderna, pelo fato de haver escrito sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam ser, e por ter denunciado esse vil comportamento entre os poderosos.

Os recentes estudos do autor e da sua obra admitem que seu pensamento foi mal interpretado historicamente. Desde as primeiras críticas, feitas postumamente por um cardeal inglês, as opiniões, muitas vezes contraditórias, acumularam-se, de forma que o adjetivo maquiavélico, criado a partir do seu nome, significa esperteza e astúcia.

De forma sucinta, para que você possa compreender esse fato que ora exponho, Niccolò di Bernardo dei Machiavelli viveu a juventude sob o esplendor político de Florença durante o governo de Lourenço de Médici e entrou para a política aos 29 anos de idade no cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o comportamento de grandes nomes políticos de sua época e a partir dessa experiência retirou alguns postulados para sua obra. Depois de servir em Florença durante catorze anos foi afastado e escreveu suas principais obras. Conseguiu também algumas missões de pequena importância, mas jamais voltou ao seu antigo posto como desejava.

Como renascentista, Maquiavel se utilizou de autores e conceitos da Antiguidade Clássica de maneira nova. Um dos principais autores que o inspirou foi Tito Lívio, além de outros lidos através de traduções latinas, e entre os conceitos apropriados por ele, encontram-se o de virtù e o de fortuna.

Em 7 de novembro de 1512 Maquiavel foi demitido acusado de ser um dos responsáveis por uma política anti-Médici e grande colaborador do governo anterior. Foi multado em mil florins de ouro e proibido de se retirar da Toscana durante um ano.

Para piorar sua situação, no ano seguinte dois jovens, Agostino Capponi e Pietropolo Boscoli, foram presos e acusados de conspirarem contra o governo. Um deles deixou cair, sem querer, uma lista de possíveis adeptos do movimento republicano, entre os quais estava o de Maquiavel que foi preso e torturado. Para sua sorte, com a morte de Júlio II em 21 de fevereiro de 1513 e a eleição de João de Médici, um florentino, como Leão X, todos os suspeitos de conspiração foram anistiados como sinal de regozijo e com eles Maquiavel, depois de passar 22 dias na prisão.

Libertado, seguiu para uma propriedade em Sant'Andrea in Percussina distante sete quilômetros de San Casciano. Foi durante esse ostracismo e inatividade, o qual duraria até sua morte, que ele escreveu suas obras mais conhecidas: "O Príncipe" e os "Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio" (1512-1517). Foi também nesse período que conheceu vários escritores no Jardim Rucellai, círculo de literatos, e se aproxima de Francesco Guicciardini apesar de já conhecê-lo há tempos. Entre os escritos desse período estão o poema Asino d'oro (1517), a peça A Mandrágora (1518), considerada uma obra prima da comédia italiana, e Novella di Belfagor (romance, 1515), além de inúmeros tratados histórico-político, poemas e sua correspondência particular (organizada pelos descendentes) como Dialogo intorno alla nostra língua (1514), Andria (1517), Discorso sopra il riformare lo stato di Firenze (1520), Sommario delle cose della citta di Lucca (1520), Discorso delle cose florentine dopo la morte di Lorenzo (1520), Clizia, comédia em prosa (1525), Frammenti storici (1525) e outros poemas como Sonetti, Canzoni, Ottave, e Canti carnascialeschi.

Com a morte de Lourenço II em 1520, Júlio de Médici assumiu o poder em Florença. Ele via Maquiavel com melhores olhos que seus antecessores e o contratou como historiador da República para escrever uma História de Florença, obra a qual dedicaria os sete últimos anos de sua vida. Nesse mesmo ano, ele estava ocupado escrevendo A Arte da Guerra (1519-1520). E é a partir de uma viagem a trabalho a Lucca que ele escreve a "Vita di Castruccio Castracani da Lucca" (1520).

Após a queda dos Médici em 1527 com a invasão e saque de Roma por tropas espanholas, a República instalou-se novamente na cidade, mas Maquiavel viu mais uma vez suas esperanças de voltar a servir à cidade serem desfeitas, pois havia trabalhado para os Médici e foi tratado com desconfiança pela nova República. Poucos dias depois, ficou doente, sentindo dores intestinais, e morreu obscuramente sendo enterrado no túmulo da família na Igreja de Santa Croce em Florença.

Portanto, caro eleitor, analise a história pelos fatos e não pelo que dizem seus candidatos ou suas propagandas políticas, sabedores de que a intenção de todos eles é a de se perpetuarem no poder. O importante e mais seguro para a sociedade e para o povo é promover o equilíbrio entre as forças no poder, de maneira tal que o governante nunca tenha a maioria, para que suas decisões de fato possam servir de benefício para o povo e não para as suas intenções de poder.