Revendo a análise orçamentária brasileira dos últimos 25 anos é possível verificar que os técnicos do Tribunal de Contas da União sempre alertam sobre a falta de investimentos em infraestrutura na área de saúde, entretanto, poucos são os estudos desenvolvidos pelas classes política e empresarial nesse segmento. Há anos que se ouve falar sobre investimentos na saúde, construções de hospitais, aumentos salariais para profissionais da saúde. Entretanto, poucos dos enúmeros estudos sobre reestruturação do sistema único de saúde.
Quem entra em um hospital ou em uma clínica pública, ou mesmo no sistema privado de saúde, seja em regime de emergência ou ambulatorial, conhece bem o triste drama da realidade que vivem os médicos e profissionais que ainda conseguem manter o senso de responsabilidade com a saúde, pelo Brasil a fora. Pode também presenciar à aflição dos usuários. Nenhum hospital está preparado para proporcionar um serviço de saúde de qualidade, a não ser que seja de um equipamento hospitalar direcionado a uma classe de altíssimo padrão social.
Os órgãos oficiais de saúde, as agências reguladoras, os ministros, os secretários de Estado e os secretários municipais de saúde, são os primeiros a se eximir das responsabilidades impostas pela constituição brasileira. Os presidentes, os governadores e os prefeitos sempre arranjam saídas políticas para a questão culpando os seus antecessores. Os gestores da saúde sempre criam maquiagens e lançam campanhas publicitárias promocionais que apresentam seus poucos feitos como se houvessem salvado todo um sistema caótico do caos. Como se houvessem produzido a solução da lavoura para toda a população. Campanhas que só ajudam a escoar ainda mais os recursos públicos que deveriam ser direcionados a modernização e estruturação do sistema de saúde.
Em épocas de eleição tudo parece estar bem para quem está na situação, enquanto seus opositores tentam expor aos eleitores a realidade do que ocorre em todo o país, como que numa tentativa desesperada de conscientizar a população de que as políticas públicas estão longe de toda aquela falácia apresentada por seus gestores.
O Brasil conseguiu um grande avanço quando criou a lei de responsabilidade fiscal, mas esse processo ainda precisa evoluir para a criação de uma lei que responsabilize criminalmente a má gestão pública.
Nos órgãos públicos seus gestores fazem questão de estampar por todos os lados o artigo 337 do código penal, na intenção de reprimir quaisquer reclamações dos usuários, quando na verdade deveriam estampar o código dos direitos dos usuários, que aliás, são seus verdadeiros patrões.
Isso ocorre no Brasil porque há uma desastrosa inversão de valores nas regras legislativas. E é por essa razão que nesse momento eleitoral o eleitor deve ter coerência e responsabilidade para analisar melhor suas decisões e escolhas na hora de sua entrada na sessão eleitoral. Pense, analise e vote conciente de que não poderá alterar ou melhorar nada através de falácias ou belas campanhas publicitárias. É preciso olhar para a realidade e para isso visite hospitais, verifique o atendimento público nos setores de saúde, segurança, educação, transporte e na justiça, nos âmbitos federal e estadual, antes de decidir para quem de fato você quer dar o seu voto. Esqueça as aparências e veja o que de fato acontece por trás dos bastidores e depois vá as urnas e surpreenda os falacianos.
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