Em recente levantamento junto ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), os jornalistas Rubens Valente e Fernanda Odilla, do jornal Folha,
perceberam que concessionárias de serviços públicos doaram milhões às campanhas
do PT e PSDB, o que é comumente aceito pela legislação brasileira, embora
eticamente questionável. O mais intrigante, porém, é o fato de terem sido
aceitas doações feitas pelo grupo Opportunity feitas ao diretório nacional do
PT, através do Banco Opportunity e suas empresas Opportunity Gestora e
Opportunity Lógica.
Cabe lembrar que este grupo pertence ao polêmico banqueiro
Daniel Dantas, condenado em primeira instância pela Justiça Federal por suposta
corrupção na Operação Satiagraha, em 2008. Daniel doou cerca de R$ 1,5 milhão para
o PT durante as eleições de 2010.
As informações sobre a prestação de contas de todos os
candidatos e diretórios partidários estão, pela primeira vez na história
eleitoral brasileira, disponíveis a todos através do site do TSE:
Há grande diferença entre legalidade e ética. Às vezes a
lei permite ou garante direitos que não são éticos nem morais. Entretanto, os costumes
gerados pela ausência de coerência educacional transformam uma conduta imoral
em moral, com o passar do tempo.
Os legisladores promovem leis que ferem a ética e a
moralidade, transformando o que seria imoral em legalmente aceito pela
sociedade e pelo direito. O que cá entre nós, chega a ser assustador.
“A única forma de se corrigir os maus costumes de
uma sociedade cuja ética e a moral se corrompeu, educando-a democraticamente, é
deixá-la denegrir-se de tal forma que desperte na maioria de seus membros a
saudade pela boa educação e pelo que é ético, correto e moral”.
Sydnei Meirelles
O Brasil necessita de uma legislação eleitoral que defina
regras justas, éticas e morais, para o financiamento das campanhas eleitorais.
Os partidos políticos já escolhem seus candidatos em convenções, onde os
membros definem quem pode ou não pode concorrer a um cargo eletivo, não
dependem de listas fechadas para definir, pelo povo, quem assumirá o cargo como
ocorre num colegiado.
Entretanto, o financiamento de campanha precisa ser
regulado de forma séria e igualitária para todos os partidos, sem respeitar
qualquer tipo de proporcionalidade. Essa é a única forma democrática de
viabilizar campanhas eleitorais com equilíbrio. Dessa forma, os candidatos
terão comprometimento exclusivamente voltado para o povo, nunca a
empreendedores privados cujos interesses são participar de contratos públicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário